quinta-feira, 27 de setembro de 2012

aborto modulo III

                                            Aborto farmacológico

 

        Também conhecido como aborto médico, químico ou não-cirúrgico, é o aborto induzido por administração de fármacos que provocam a interrupção da gravidez e a expulsão do embrião. O aborto farmacológico é aplicável apenas no primeiro trimestre da gravidez.
        Tornou-se um método alternativo de aborto induzido com o surgimento no mercado dos análogos de prostaglandina no início dos anos 1970 e do antiprogestágeno mifepristona (RU-486) nos anos 1980.
       Os regimes de aborto mais comuns para o primeiro trimestre utilizam mifepristona em combinação com um análogo de prostaglandina (misoprostol) até 9 semanas de idade gestacional, metotrexato em combinação com um análogo de prostaglandina até 7 semanas de gestação, ou um análogo de prostaglandina isolado.
         Os regimes de mifepristona–misoprostol funcionam mais rápido e são mais efetivos em idades gestacionais mais avançadas do que os regimes combinados de metotrexato-misoprostol, e os regimes combinados são mais efetivos que o uso do misoprostol isolado.
Em abortos muito precoces, com até 7 semanas de gestação, o regime combinado de mifepristona-misoprostol é considerado mais efetivo do que o aborto cirúrgico (aspiração à vácuo). Os regimes de aborto médico precoce que utilizam 200 mg de mifepristona, seguido por 800 mcg de misoprostol vaginal ou oral 24-48 horas após apresentam efetividade de 98% até as 9 semanas de idade gestacional. Nos casos de falha do aborto farmacológico, é necessária a complementação do procedimento com o aborto cirúrgico.
Os abortos farmacológicos precoces são responsáveis pela maioria dos abortos com menos de 9 semanas de gestação na Grã-Bretanha, França, Suíça, e nos países nórdicos. Nos Estados Unidos, o percentual de abortos farmacológicos precoces é menor.
          Regimes de aborto farmacológico usando mifepristona em combinação com um análogo de prostaglandina são os métodos mais comumente usados para abortos de segundo trimestre no Canada, maior parte da Europa, China e Índia, ao contrário dos Estados Unidos, onde 96% dos abortos de segundo trimestre são realizados cirúrgicamente com dilatação e esvaziamento uterino.

                            Aborto cirúrgico ou por procedimentos

            Os procedimentos no primeiro trimestre podem geralmente ser realizados usando anestesia local, enquanto os realizados no segundo trimestre podem necessitar de sedação ou anestesia geral.

    Aspiração uterina a vácuo

            No procedimento de aspiração uterina a vácuo o médico realiza vácuo no útero da gestante para remover o feto. São utilizados equipamentos manuais ou elétricos para a realização do vácuo. Geralmente são realizados em gestações de até doze semanas (primeiro trimestre).
           A aspiração manual intrauterina (AMIU) consiste em uma aspiração cujo vácuo é criado manualmente utilizando-se uma cânula flexível acoplada a uma seringa. Foi desenvolvida para ser realizada ambulatorialmente sem anestesia geral, não necessitando ser realizada em bloco cirúrgico. Não é necessária a dilatação cervical.
            O procedimento também pode ser utilizando um aparelho de vácuo eléctrico. Neste tipo de aspiração o conteúdo do útero é sugado pelo equipamento.
Ambos os procedimentos são considerados não-cirúrgicos e são realizados em cerca de dez minutos. São eficazes e seguros, pois apresentam um baixo risco para a mulher (0,5% de casos de infecção).

Dilatação e curetagem uterina

            Em gestações mais avançadas nas quais o material a ser removido do útero é muito volumoso, recorre-se à curetagem. Ao contrário da aspiração uterina à vácuo, que pode ser realizada em consultórios ou clínicas, a dilatação e curetagem é um procedimento cirúrgico, devendo ser realizado em um hospital com bloco cirúrgico. Inicialmente o médico alarga o colo do útero da paciente com dilatadores, para permitir a passagem da cureta a seguir. A cureta é um instrumento cirúrgico cortante, em forma de colher, que é introduzida no útero para realizar a raspagem. Servindo-se da cureta, o médico retira todo o conteúdo uterino, incluindo o endométrio.           Uma das principais complicações da curetagem é a perfuração uterina causada pela cureta.
Evita-se a realização da curetagem uterina em gestações com mais de 12-16 semanas sem antes realizar a expulsão fetal.

Dilatação e evacuação

        O procedimento de curetagem é aplicável ainda no começo do segundo trimestre, mas se não for possível terá de recorrer-se a métodos como a dilatação e evacuação. Neste procedimento o médico promove primeiro a dilatação cervical (um dia antes). Na intervenção que é feita sob anestesia é inserido um aparelho cirúrgico na vagina para cortar o material intra-uterino em pedaços, e retirá-los de dentro do útero. No final é feita a aspiração. O feto é remontado no exterior para garantir que não há nenhum pedaço no interior do útero que poderia levar a infecção séria. Em raríssimas situações (0,17% das IVGs realizadas nos Estados Unidos em 2000) o feto é removido intacto.

Eliminação ou expulsão fetal (indução do trabalho de parto)

          A eliminação ou expulsão fetal geralmente é reservada para gestações com mais de doze semanas. Consiste em forçar prematuramente o trabalho de parto com o uso do análogo de prostaglandina misoprostol. Pode-se associar o uso de ocitocina ou injeção no líquido amniótico de soluções hipertônicas com solução salina ou ureia.
          Após a expulsão fetal, pode ser necessária a realização de curetagem.

Aborto por esvaziamento craniano intrauterino

          O aborto por esvaziamento craniano intrauterino (ECI), também conhecido como aborto com "nascimento parcial", é uma técnica utilizada para provocar o aborto quando a gravidez está em estágio avançado, entre 20 e 26 semanas (cinco meses a seis meses e meio). Guiado por ultrassom, o médico segura a perna do feto com um fórceps, puxa-o para o canal vaginal, e então retira o feto do útero, com exceção da cabeça. Faz então uma incisão na nuca, inserindo depois um catéter para sugar o cérebro do feto e então o retira por inteiro do corpo da mãe. Em alguns países, essa prática é proibida em todos os casos, sendo considerada homicídio e punida severamente. Esta técnica tem sido alvo de intensas polêmicas nos Estados Unidos. Em 2003, sua prática foi proibida em todo o país, gerando revoltas de movimentos pró-aborto.

Outros métodos

       No passado diversas ervas já foram consideradas portadoras de propriedades abortivas, e foram usadas na medicina popular. No entanto, o uso de ervas com a intenção abortiva pode causar diversos efeitos adversos graves e até mesmo letais, tanto para a mãe quanto para o feto, e não é recomendado pelos médicos.
         O aborto às vezes é tentado através de trauma no abdômen. O grau da força, se intensa, pode causar diversas lesões internas graves sem necessariamente induzir com sucesso a perda fetal. In Southeast Asia, there is an ancient tradition of attempting abortion through forceful abdominal massage.
Métodos utilizados em abortos auto-induzidos não-seguros incluem o uso incorreto de misoprostol, a inserção de materiais não-cirúrgicos como agulhas e prendedores de roupas no útero. A utilização destes métodos não-seguros raramente é observada em países desenvolvidos onde o aborto cirúrgico é legal e disponível.

3 comentários:

  1. Bom hoje em dia como pode ver tem várias maneiras de abortar.A diferença é que, com a legalização do aborto, as mulheres não passam pela experiência de traumas físicos e de dores. O aborto não precisa necessariamente ser uma experiência dolorosa e arriscada, como quando praticado na ilegalidade.

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  2. A várias maneiras de se cometer o aborto, por isso sempre devemos estar conscientes de nossos atos. Uma das passagens do texto que mais me deixou assim impressionado por um lado ruim foi o (Aborto por esvaziamento craniano intrauterino) Achei uma forma muito brutal.
    Cada pessoa tem o por que de fazer o aborto, uma das questões que eu entendo e não discrimino, é quando um feto é gerado por uma "mãe" que sofreu estrupo, ela tem uma certa escolha, ter o filho sendo ele marcado como um sinal de violência ou aborta-lo vai da consciência dela.
    O aborto no Brasil,

    Segundo o Código Penal:
    _____________________

    Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico.


    Leonardo Carrijo 1°C

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  3. Como o "Aborto Farmacológico" é o Aborto médico ou aborto químico, consiste em uma técnica na administração de fármacos com o objetivo de provocar a interrupção da gravidez sem recorrer a práticas cirúrgicas.
    Podendo ser realizado por técnicas cirúrgicas, como a aspiração, dilatação e curetagem.
    Quando realizado precocemente por médicos experientes e com as condições necessárias, o aborto apresenta elevados índices de segurança.

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